terça-feira, 16 de junho de 2009
Uma bebida, por favor.
Cabisbaixo subo os degraus de um estabelecimento onde está escrito “Bar”, as portas são bastante convidativas. De madeira, elas rangem como uma porta velha de dobradiças enferrujadas. Inúmeras pessoas compõem o cenário: gordas, magras, carecas, verruguentos, velhos ou mesmo jovens. Cada qual segurava uma caneca de inox cheios até a boca de um líquido que à luz dos candieiros tornava-se escuro.
No momento em que me sentei no balcão um senhor corpo lento e com um bigode que mais parecia uma taturana se aproximou trazendo uma caneca inox e um cardápio. Neste estava escrito:
Bebidas
• Desespero
• Rancor
• Agonia
• Lamento
• Tristeza
• Solidão
• Incompreensão
• Agonia
• Saudade
• Amor
• Alegria
• Entendimento
Era uma grande lista de bebidas que eles serviam naquele bar, achei estranho. Chamei o senhor que me atendera anteriormente e lhe perguntei que tipo de bebidas eram aquelas que ele servia. A resposta foi apenas uma: lágrimas.
Abri um grande sorriso e de meus olhos caíram às lágrimas de minha mais recente emoção: Entendimento. Uma por uma foram tomando conta da caneca inox a minha frente. As lágrimas continuaram a cair, mas agora eram de Alegria.
O senhor olhou meu copo cheio, fez um bico de quem estava impressionado e olhou para mim dizendo que era uma bebida leve, mas muito boa. Sairia-me caro, pois era uma bebida de bom humor e que naquele lugar poucas bebidas como aquelas eram vendidas.
Não me importei, levantei minha caneca cheia de entendimento e alegria e brindei, com um copo de minhas próprias lágrimas, a um novo futuro.
quinta-feira, 11 de junho de 2009
Cachê
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Gota de Sangue
A vereda
Caminhando por entre as veredas da minha vida vi um risco na árvore. Um casal apaixonado acabara de riscar, ainda se podia ver a seiva escorrer. O coração cobria as letras iniciais do casal apaixonado. Que inveja... Que inveja eu poderia sentir deles se minha vida acabou de começar? Olho para a marca com um sorriso, um dia será a minha vez, pode não ser agora, mas quem sabe amanhã? Mas afinal de contas sinto-me feliz.
Continuo minha caminhada por entre as veredas de minha vida e como dizia a musica “passiei no tempo e caminhei nas horas”. Hoje sigo tranquilamente pelo meu caminho, olhando calmamente para as árvores, vou esperar, não quero entrar em uma angustia por estar, prestem atenção, sem um caso. Sei que é bom estar na companhia do outro, mas agora vejo que perdi esse meu Eu, não o eu lírico, mas o Eu que queria sentir e curtir ao mesmo tempo.
Sinto-me abalado, mas ainda sim posso sentir que no final desta vereda a temperatura está mudando e sinto um calor. Que calor.
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