
O sol nasceu batendo em meu rosto, que quente.
Mas não é mais quente do que seu corpo no meu.
A saudade bateu e eu apenas tive que suportar, que dor.
Mas alivio minha dor em pensamentos e lembrando que não mais tardar te encontrarei.
Uma das melhores coisas da vida: a curiosidade. Pois é da natureza humana ser curioso, até mesmo nas horas mais impróprias tem uma cabeça sobre o ombro de alguém para tentar ver algo que não é de sua conta. Tiro no meio da testa dessas pessoas.
Mas deixe que eu seja um pouco menos agressivo e tente demonstrar algo que aconteceu comigo. Eu critico estas pessoas que metem os olhos na conversa de MSN alheio, ou fuça o Orkut dos outros, ou mesmo tenta ouvir uma fofoca. Mas o pior tipo de curioso é aquele que se levanta em pleno ônibus em movimento – aqui eu conto com os cobradores e mesmo os motoristas, malditos – e se deslocam para tentar ver uma possível batida para tentar ver uma possível vitima e se não um possível cadáver.
Ó pobre é a vitima que é sujeita aos olhos dessas pessoas. Eu não; fico apenas sentado em minha cadeira à espera do meu ponto, mas se está ali ao meu lado por que não virar meus olhos para tentar ver... Se alguém precisa de minha ajuda não é verdade?
Eu estava no ônibus indo para a faculdade, não esperava que algo tivesse acontecido naquela rua, mas aconteceu. Lá estava a metade da rua ocupada por uma grande quantidade de curiosos em volta de algo que eu não enxergava – não, eu não estava fuçando nada, afinal eles estavam ao meu lado. Desci em minha parada e andei dizendo para mim mesmo: não vou olhar, eu não vou olhar. Mas como eu podia me enganar tanto? Virei minha cabeça e vi um corpo estirado coberto por um lençol.
Olhei para frente e segui meu caminho com uma frase em mente: o ser humano é mesmo curioso né? Ô povinho sem noção.
Sabe que às vezes acho que a caneta e o papel são os meus únicos amigos que nunca irão me decepcionar? São completamente fieis aos meus sentimentos, não me enganam ou fazem uma critica. Eles estão ali para tentar me fazer entender o que está acontecendo em minha volta, afinal eles falam comigo através dos meus próprios pensamentos. Não achem com isso que sou eu falando comigo mesmo, mas sim eu e a língua falando um com o outro.
Queria poder explicar o que estou tentando falar, mas não sei bem o que posso dizer pra fazer vocês compreenderem. Mas pensem comigo: a caneta e o papel vão ser um caminho para você se compreender ao máximo, você organiza suas idéias e não recebe criticas, você se corrige quando está errado e procura um novo modo de escrever certo e ai sim conquistar o que quer.
Este pode ser, não sei se pra vocês, o melhor modo de se expressar. Para os tímidos, como eu, é uma perfeição, a 8º maravilha do mundo. Escrever. Sinto a cada letra escrita uma alegria ou mesmo uma tristeza se esvaindo. Passo para o papel alegrias e tristezas, e mesmo pensamentos caóticos quando não sei o que escrever em uma ordem coordenada. Sinto que as coisas melhoram mesmo quando não estou bem.
No final das contas sinto que o papel ficou com meus sentimentos mais puros e verdadeiros e me resta sentir o vazio.
Observo uma porta onde está escrito o que procuro, aperto a colher que reluz um som calmo.
A torneira girou, a porta se abriu e um macaco rugiu um cálculo que não compreendi.
Vestindo um smoken permitiu minha entrada, indicou uma cadeira para que eu ficasse de pé.
O circo cheirava a tabaco, mas quem se importava com a névoa que passava? Minhas mãos mantinham a atenção nas zebras que voavam em uma dança elegante.
E aonde foi o macaco? Conte-me você, afinal o sonho foi seu.