Uma das melhores coisas da vida: a curiosidade. Pois é da natureza humana ser curioso, até mesmo nas horas mais impróprias tem uma cabeça sobre o ombro de alguém para tentar ver algo que não é de sua conta. Tiro no meio da testa dessas pessoas.
Mas deixe que eu seja um pouco menos agressivo e tente demonstrar algo que aconteceu comigo. Eu critico estas pessoas que metem os olhos na conversa de MSN alheio, ou fuça o Orkut dos outros, ou mesmo tenta ouvir uma fofoca. Mas o pior tipo de curioso é aquele que se levanta em pleno ônibus em movimento – aqui eu conto com os cobradores e mesmo os motoristas, malditos – e se deslocam para tentar ver uma possível batida para tentar ver uma possível vitima e se não um possível cadáver.
Ó pobre é a vitima que é sujeita aos olhos dessas pessoas. Eu não; fico apenas sentado em minha cadeira à espera do meu ponto, mas se está ali ao meu lado por que não virar meus olhos para tentar ver... Se alguém precisa de minha ajuda não é verdade?
Eu estava no ônibus indo para a faculdade, não esperava que algo tivesse acontecido naquela rua, mas aconteceu. Lá estava a metade da rua ocupada por uma grande quantidade de curiosos em volta de algo que eu não enxergava – não, eu não estava fuçando nada, afinal eles estavam ao meu lado. Desci em minha parada e andei dizendo para mim mesmo: não vou olhar, eu não vou olhar. Mas como eu podia me enganar tanto? Virei minha cabeça e vi um corpo estirado coberto por um lençol.
Olhei para frente e segui meu caminho com uma frase em mente: o ser humano é mesmo curioso né? Ô povinho sem noção.